Como acolher o mais velho quando o irmãozinho caçula chegar 

Share:

Share on facebook
Share on telegram

Quando recebemos a notícia de uma segunda gestação, parece que nosso amor se multiplica. Mas você já pensou como o seu filho mais velho está se sentindo em relação a chegada do irmão caçula?

A minha filha mais nova, ainda com pouquíssimos meses, virava o corpinho todo sempre que ouvia a voz da mais velha por perto. Assim que pronunciou as primeira palavras, disse Teté para chamar a irmã mais velha. Os menores idolatram os irmãos mais velhos.

Como pais, nos orgulhamos dessa relação que começa a nascer e nos mobilizamos para que ela se fortaleça ao longo da vida.

Mas esse processo traz muitos desafios. É frequente que o primogênito regrida em alguns comportamentos assim que saiba da chegada de um novo bebê na casa, voltando a fazer xixi na cama, por exemplo. É comum que o mais velho demonstre ciúmes, se torne uma criança mais exigente.

Não é difícil entender porque isso acontece. Até então, ele era o único filho na casa e recebia atenção incondicional dos pais. Agora começa a vivenciar uma experiência diferente. Os pais estão voltados para outra criança. Ele precisa dividir o tempo do pai e da mãe com um bebê que demanda muito.

Esse comportamento, absolutamente normal e esperado dos adultos, pode gerar insegurança no filho mais velho.

Nesses momentos, os pais podemos reservar um tempo exclusivo com esta criança. Um passeio, uma brincadeira, um colo demorado e amoroso. Podem resgatar algumas fotos de quando ele era bebê e lembrá-lo de que já foi bem pequeno, que mamava e que chorava quando estava com fome, calor ou sono porque ainda não sabia falar…

Vale contar alguma situação inusitada que traga risos… Depois os pais podem trazer para o tempo presente, lembrando que ele já cresceu e que aprendeu muita coisa e que um dia poderá ensinar o seu irmãozinho.

Se a criança demonstrar interesse, ela pode ser convidada a ajudar nos cuidados com o bebê. Ela pode pegar uma fralda, escolher uma roupinha, ajudar a preparar o banho.

Às vezes, o amor é tanto tanto que quase sufoca o pequeno. Nessa hora, os pais precisam pontuar, amorosamente, dizendo:

– Agora o caçula precisa descansar. Depois seu irmão virá pro seu colo do mais velho.

– Vejo que o amor que você sente por ele é muito grande. Ele adora seus beijos, mas vamos guardar um pouco desse carinho para amanhã ou para mais tarde?

– Que tal dividir esses beijinhos com a mamãe?

Quando estamos um pouco irritados, acabamos fazendo comparações. Procure nunca fazer isso com crianças, pode gerar irritação em relação ao outro.

Frases como:

– Seu irmão que é pequenininho não faz essa birra que você está fazendo!

– Seu irmão fala com todo mundo e você é tão quieta.

Nunca ajudam.

Cada um é um ser único e especial. Não adianta querer que um seja igual ao outro, eles não serão. Se for preciso chamar a atenção da criança mais velha, por algum motivo, é importante conversar sem julgamento o sem comparações.

A relação entre irmãos é muito rica, traz grandes aprendizados. É com os irmãos que se estabelecem as primeiras brigas, frustrações e desentendimentos, mas é também nesse espaço onde há o reconhecimento do outro, onde se criam laços que se perpetuam ao longo de uma vida inteira.